SNP: rs671
Nome em Português: Aldeído Desidrogenase 2
Nome em Inglês: Aldehyde Dehydrogenase 2
Região genômica: exônico (missense, Glu504Lys [E504K]) no ALDH2
Referência de genoma: Ref = G (GRCh38)
Link NCBI/dbSNP: www.ncbi.nlm.nih.gov
Função
O gene ALDH2 codifica uma enzima mitocondrial que converte acetaldeído (tóxico e carcinogênico) em acetato durante o metabolismo do etanol. Também participa da detoxificação de aldeídos reativos derivados de estresse oxidativo (ex.: 4-HNE, MDA), protegendo tecidos cardiovasculares, neurológicos e hepáticos.
Alelos
❗ Alelo referência:
G
❗ Alelo alternativo:
A
Análise do Resultado
Genótipo
Atividade da enzima ALDH2
Impacto Clínico
GG
Atividade completa (100%)
Metabolização rápida do acetaldeído; risco maior de beber mais. Menos sintomas adversos e, portanto, maior risco comportamental com o álcool.
Resposta habitual a nitratos (ex.: nitroglicerina/isossorbida).
GA
Atividade reduzida (tipicamente entre 10 e 60%)
Acúmulo moderado de acetaldeído → rubor facial, desconforto leve → proteção parcial contra alcoolismo; risco aumentado de câncer esofágico. Tendência a menor resposta a nitratos orgânicos (pode exigir ajuste clínico).
AA
Atividade muito baixa (frequentemente < 10%)
Forte acúmulo de acetaldeído → reações intensas (rubor, taquicardia, náusea); proteção forte contra alcoolismo, porém muito maior risco de câncer se houver ingestão. Resposta substancialmente reduzida a nitratos.
Forma Intermediária
Detalhando o impacto da forma intermediária (GA), no caso do ALDH2, ele costuma ser parcial, com redução da atividade da enzima ALDH2, que em geral funciona com apenas 30% a 45% de sua capacidade plena (10-60%), embora em certos contextos (como inflamação ou estresse oxidativo), essa atividade possa cair para valores ainda mais baixos, como 10%–20% (Liu Y et al., 2022). Possíveis consequências:
✅ Acúmulo de acetaldeído após o consumo de álcool, causando rubor facial, palpitações, náusea e sensação de mal-estar;
✅ Maior risco de doenças relacionadas ao estresse oxidativo (Liu Y et al., 2022), como certos tipos de câncer (especialmente de esôfago), doenças cardiovasculares e neurodegenerativas (Yin SJ et al., 2021);
✅ Resposta alterada a medicamentos metabolizados por ALDH2 (Nitroglicerina, Disulfiram, Ciclofosfamida, Cisplatina, Acetaminofeno (Paracetamol), Etileno Glicol (em casos de intoxicação). Destes, o mais comum é o Acetaminofeno.
- Quando mencionamos que o acetaminofeno (paracetamol) pode causar toxicidade hepática, grande parte desse risco leva em conta a via padrão de formação do metabólito NAPQI e sua neutralização por glutationa. Mas estudos recentes revelam que variantes no ALDH2 e sua regulação desempenham um papel essencial na proteção mitocondrial contra o estresse oxidativo induzido pelo paracetamol (Li J et al., 2024).
✅ Efeitos mesmo em pessoas que não consomem álcool, pois o ALDH2 atua também no metabolismo de aldeídos derivados de lipídios, poluentes e fontes endógenas.
Portanto, mesmo a forma heterozigótica GA já configura uma importante condição genética a ser
considerada na nutrição, prevenção e estilo de vida.
Interação relevante:
ADH1B rs1229984 (variante “rápida”) + ALDH2 rs671 (variante lenta) amplia transitoriamente picos de acetaldeído e sintomas.
Riscos e implicações clínicas:
✅ Hepático: maior carga de acetaldeído, inflamação e estresse oxidativo; atenção a esteatose e elevação de enzimas em contexto de consumo de álcool.
✅ Oncologia: Risco elevado de câncer de esôfago e cavidade oral com consumo de álcool, especialmente combinado com tabagismo.
✅ Cardiovascular: Hipertensão associada ao álcool mais pronunciada. Eficácia reduzida de nitroglicerina/nitratos orgânicos em portadores do alelo A. Evidências de maior vulnerabilidade a dano miocárdico por aldeídos reativos; flushing pode coexistir com palpitações.
✅ Neurológico: Maior probabilidade de enxaqueca/alcohol flush como gatilho; estresse oxidativo neuronal.
Veja que interessante:
No caso do ALDH2, quanto “mais eficiente” a enzima de conversão do acetaldeído em acetato (forma selvagem GG), maior a redução dos efeitos colaterais imediatos do álcool (como rubor, náusea, taquicardia). Isso pode facilitar o consumo frequente, elevando o risco de dependência do álcool.
Já nas variantes mutadas (como GA ou AA), a enzima ALDH2 funciona de forma mais lenta e ineficiente, fazendo com que o acetaldeído se acumule no corpo por mais tempo. Esse acúmulo gera efeitos desagradáveis, como vermelhidão facial, mal-estar e palpitações — funcionando, em muitos casos, como um fator protetor contra o consumo excessivo de álcool.
O que fazer para melhorar a expressão do ALDH2?
1. Alimentos
Alimente seu DNA: veja como nutrir o gene ALDH2 com escolhas que favorecem sua expressão saudável.
✅ Sucos verdes e vegetais frescos: um elixir antioxidante para apoiar o ALDH2 (Kim Y et al., 2022)
Para quem possui variantes do gene ALDH2, o consumo de sucos frescos feitos com vegetais e frutas é uma forma prática, vibrante e potente de aumentar a oferta de antioxidantes naturais no organismo. Sucos verdes — feitos com folhas escuras (couve, espinafre, agrião), limão, maçã verde, gengibre ou pepino — ajudam a neutralizar os radicais livres gerados pelo acúmulo de acetaldeído, favorecendo a detoxificação hepática.
Já os sucos preparados em centrífugas ou slow juicers concentram compostos bioativos com alta biodisponibilidade, como flavonoides, vitamina C, clorofila e enxofre vegetal (presente em vegetais como brócolis e couve). Essas substâncias não apenas apoiam o fígado, mas também equilibram a resposta inflamatória e reduzem o impacto oxidativo da metabolização incompleta do álcool.
Dica vibracional inspirada na sabedoria ancestral
Tome seu suco verde em silêncio, em jejum ou com presença plena. Deixe que cada gole seja um sopro de cura que percorre seus tecidos, sua energia e sua história.
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Ao transformar esse gesto em um ritual diário, você aprende a deixar sutilmente o plano físico — o nível da serpente — e ascende aos planos mais sutis da consciência.
Com atenção plena, você alcança o nível do jaguar, onde mente e emoção se alinham.
Com gratidão, você toca o nível do beija–flor, onde a alma reconhece a beleza e transborda leveza.
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Um simples suco pode se tornar uma oportunidade de enlevar-se, beneficiar seu organismo com nutrientes essenciais e reduzir o estresse que tantos prejuízos causa à expressão dos nossos genes.
✅ Dueto natural
Combine alimentos fontes de vitamina C e alimentos fontes de quercetina, pois eles se potencializam, atuando no ciclo de ação e regeneração protetor antioxidante.
Alimentos com vitamina C: acerola, kiwi, cítricos, pimentão, abacaxi, morango, tomate
Alimentos com quercetina: cebola roxa, maçã, alcaparras, crucíferos (os mais ricos são repolho roxo, couve manteiga, folhas de brócolis, couve-de-Bruxelas, folhas de mostarda).
2. Suplementos
Suplemente seu DNA: conheça os ativos que favorecem a expressão saudável do gene ALDH2.
Como vimos, o gene ALDH2 codifica uma enzima fundamental na detoxificação do acetaldeído, um composto tóxico gerado no metabolismo do álcool, de aldeídos alimentares e da poluição ambiental. Quando essa função está comprometida (como em portadores do alelo A), há maior suscetibilidade ao estresse oxidativo, inflamação e intolerância ao álcool.
Abaixo, alguns ativos nutracêuticos com evidência científica podem favorecer a função do ALDH2.
✅ Probióticos Lactobacillus + Bifidobacterium → Probiótico desenvolvido para reduzir o acúmulo de acetaldeído. Em estudo duplo-cego crossover, diminuiu significativamente seus níveis plasmáticos em indivíduos com genótipo GA (Jung SJ et al., 2021).
✅ Antioxidantes → Apoiam a neutralização dos radicais livres gerados pelo acetaldeído, oferecendo proteção hepática e celular.
- Quercetina → Potente flavonoide com efeitos anti-inflamatórios e hepatoprotetores (Morimoto T et al., 2023; Wang Z et al., 2021), porém pode interagir com alguns medicamentos, como anticoagulantes e quimioterápicos. Prescrição médica sempre é importante.
- Resveratrol → Estimula a expressão de enzimas detoxificantes e melhora o metabolismo mitocondrial (Agarwal B et al., 2022).
- Vitamina C → Contribui para a regeneração do glutationa e proteção contra o estresse oxidativo induzido por aldeídos (Wang Y et al., 2023).
- Vitamina E → Atua sinergicamente com a vitamina C na proteção das membranas celulares (Chen L et al., 2022).
✅ Glutationa (forma reduzida) → Cofator central na detoxificação hepática e no metabolismo de aldeídos; sua presença é crucial especialmente em indivíduos com baixa atividade do ALDH2 (Zhou J et al., 2020).
✅ N-acetilcisteína (NAC) → Precursora da glutationa, com efeito protetor contra toxicidade hepática induzida por acetaldeído (Li Y et al., 2023).
✅ Ácido alfa-lipoico ou R-alfa-lipoico→ Antioxidante universal que regenera outros antioxidantes e protege o fígado contra estresse oxidativo crônico (Kwon HJ et al., 2021).
✅ Silimarina (extrato de cardo-mariano) → Rico em silibinina, promove regeneração hepática e aumenta a atividade de enzimas antioxidantes, incluindo a ALDH2 (Choi J et al., 2023).
✅ Coenzima Q10 ou sua forma ativa, Ubiquinol (veja Gene NQO1) → Reduz os danos mitocondriais induzidos por acetaldeído e melhora a função energética celular (Park SY et al., 2022).
3. Estilo de Vida
Aprimore seu estilo de vida: veja como favorecer a expressão saudável do gene ALDH2.
✅ Moderação ou abstinência do álcool → Mesmo leve consumo de álcool causa acúmulo de acetaldeído em caso de ALDH2 com atividade reduzida. Além disso, existe uma associação de risco aumentado de câncer de esôfago e estômago. Informação precisa do risco genético pode ajudar a conscientizar e reduzir o consumo. Isto é Medicina de Precisão.
✅ Monitoramento de exposições a aldeídos (ex.: tabaco, poluição) → Pessoas com variante são mais sensíveis.
✅ Dieta antioxidante (frutas, vegetais, polifenóis) → Ajuda a reduzir dano oxidativo relacionado ao acetaldeído.
Curiosidades
✅ Fenômeno do rubor asiático
Até 30–50% da população do Leste Asiático (Chineses, Japoneses, Coreanos) possuem a variante ALDH2 rs671 (A). Essa condição causa o conhecido “Asian flush” — rubor facial, palpitações, náuseas e taquicardia após a ingestão de pequenas quantidades de álcool. Esse rubor funciona como um freio natural ao consumo de álcool, desencorajando hábitos de ingestão e oferecendo proteção contra o alcoolismo nessa população (Chen et al., 2023).
✅ ALDH2 e o reflexo do ambiente interno
Na Ásia, cerca de 50 % da população carrega a variante ALDH2, que altera a forma como o organismo metaboliza o álcool e outras fontes de estresse oxidativo. Mas o impacto dessa variante depende muito do estilo de vida. Em cenários modernos marcados por dieta ultraprocessada, sedentarismo e sobrecarga emocional, essa sensibilidade genética pode se refletir em alterações metabólicas. No entanto, quando o ambiente é mais nutritivo — com alimentos naturais, antioxidantes, ritmos regulados e práticas restauradoras —, essa mesma genética pode expressar equilíbrio, consciência e autocuidado. Em outras palavras: a genética sugere, mas o estilo de vida escolhe (Zhang W et al., 2021).
✅ Proteção mútua
A quercetina ajuda a estabilizar a vitamina C (retarda sua oxidação), e a vitamina C regenera a quercetina — formam um “ciclo” benéfico para proteger o ALDH2.
✅ GeneFood Connected Universe
Alguns genes relacionados ao ALDH2:
ADH1B (forma acetaldeído a montante do ALDH2)
ADH1C (via paralela de oxidação do etanol)
ALDH1B1 (aldeído desidrogenase mitocondrial complementar)
ALDH1A1 (retinoaldeídos; detox de aldeídos reativos)
CYP2E1 (via microssomal induzida pelo álcool; gera acetaldeído/ROS)
CAT (catalase peroxissomal; rota alternativa e limpeza de peróxidos)
SOD2 (defesa antioxidante mitocondrial)
GPX1 (redução de peróxidos; proteção contra estresse oxidativo)
Aviso: As informações a seguir têm finalidade educacional e não substituem avaliação clínica individualizada. Para decisões médicas específicas, procure um profissional habilitado.