SNP: rs429358
Nome em Português: Apolipoproteína E
Nome em Inglês: Apolipoprotein E
Assembly: GRCh38
Posição: chr19:44908684
Região genômica: éxon (variante missense)
Referência de genoma: Ref/Alt T > C (T substituído por C, que contribui para ε4)
Link NCBI/dbSNP: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/snp/?term=rs429358
Link Ensembl: https://www.ensembl.org/Homo_sapiens/Variation/Explore?db=core;r=19:44908184-44909184;v=rs429358;vdb=variation;vf=1024576105
SNP: rs7412
Nome em Português: Apolipoproteína E
Nome em Inglês: Apolipoprotein E
Assembly: GRCh38
Posição: chr19:44908822
Região genômica: éxon (variante missense)
Referência de genoma: Ref/Alt C > T (C substituído por T; o T define ε2)
Link NCBI/dbSNP: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/snp/?term=rs7412
Link Ensembl: https://www.ensembl.org/Homo_sapiens/Variation/Explore?db=core;r=19:44908322-44909322;v=rs7412;vdb=variation;vf=1024563163
Função
Gene que codifica a apolipoproteína E (ApoE), uma proteína essencial para o transporte de lipídios no sangue e para a redistribuição de colesterol e triglicerídeos entre os tecidos (Khalil YA et al., 2021). Tem função importante:
- na regulação do metabolismo lipídico
- na reparação neuronal e plasticidade cerebral
- na modulação da resposta inflamatória
Importante: o fenótipo do gene APOE é definido pela combinação dos dois SNPs: rs429358 e rs7412:
ε2 = rs429358 T + rs7412 T
ε3 = rs429358 T + rs7412 C
ε4 = rs429358 C + rs7412 C
Análise do Resultado
Existem três variantes principais de APOE: ε2, ε3 e ε4 (Martens YA et al., 2022), sendo a ε4 associada a maior risco de complicações, especialmente no metabolismo lipídico cerebral e na eficiência da remoção de resíduos neuronais, o que pode aumentar a vulnerabilidade a processos neuroinflamatórios e neurodegenerativos. Em contrapartida, o alelo ε2 tende a exercer efeito protetor, enquanto o ε3 é considerado neutro e mais frequente na população.
❗ε4 → alelo de risco (risco ε4/ε4 > ε3/ε4 ou ε2/ε4)
❗ε3 → alelo neutro (≈60–70% da população)
❗ε2 → alelo protetor (≈5–10% da população)
Haplótipos de APOE (combinação dos dois SNPs) definidos por rs429358 e rs7412:
ε4/ε4 → rs429358 C/C + rs7412 C/C
ε2/ε2 → rs429358 T/T + rs7412 T/T
ε2/ε3 → rs429358 T/T + rs7412 C/T
ε2/ε4 → rs429358 C/T + rs7412 T/C
ε3/ε3 → rs429358 T/T + rs7412 C/C
ε3/ε4 → rs429358 C/T + rs7412 C/C
O que fazer para melhorar a expressão do gene APOE?
1. Alimentos
Alimente seu DNA: veja como nutrir o gene APOE com escolhas que favorecem sua expressão saudável.
A dieta considerada mais protetora para as condições de risco associadas ao gene APOE é a dieta com características anti-inflamatória, antioxidante e antiglicante. A Dieta Mediterrânea (Román GC et al., 2019, Wang X et al., 2025) é reconhecidamente uma das mais estudadas neste contexto, contendo peixes ricos em ácidos graxos ômega-3, frutas (especialmente as uvas arroxeadas), vegetais frescos, cereais, vinho tinto, além do benefício de chás, cacau e probióticos.
Destaca-se o papel dos polifenóis, substâncias de grande atividade antioxidante, como a fisetina, a quercetina e o resveratrol, que favorecem a integridade das membranas neuronais, reduzem a oxidação lipídica e modulam positivamente a expressão do gene APOE. Esses compostos contribuem para proteger o cérebro dos efeitos da inflamação crônica e do estresse oxidativo. Além disso, o equilíbrio de gorduras boas — como o ômega-3 (EPA e DHA) proveniente de peixes e algas — e o consumo regular de colina, vitaminas do complexo B e magnésio sustentam o metabolismo fosfolipídico e a neuroplasticidade, pilares da expressão saudável do APOE.
2. Suplementos
Suplemente seu DNA: conheça os ativos que favorecem a expressão saudável do gene NR3C1.
✅ Ácido lipoico ou R-alfa-lipoico: É uma das substâncias mais estudadas para prevenir e tratar a resistência à insulina (Shenk JC et al., 2009).
✅ Ômega-3: Proteção vascular e cerebral; redução do risco cardiovascular (Shahidi F, Ambigaipalan P, 2018).
✅ Coenzima Q-10: Tanto a ubiquinona (forma oxidada) como o ubiquinol (forma reduzida) podem ser usados, dependendo das variantes apresentadas do gene NQO1 (Wear D et al., 2021).
✅ Vitamina D3: Suporte imunológico, metabólico e proteção anti-inflamatória (Dorey E et al., 2017).
✅ Vitamina E (tocoferóis e, principalmente, tocotrienóis): Antioxidante lipossolúvel com racional forte para membranas neuronais (Shibata 2017; Tang 2014).
✅ Vitamina C comum ou lipossomal: Apoia reciclagem de vitamina E e equilíbrio redox; manter a observação sobre equilíbrio entre dieta e suplemento (Noguchi-Shinohara M et al., 2018).
✅ Polifenóis: Substâncias como resveratrol, quercetina, naringenina, miricetina, entre outros, também são benéficas aqui, devido à potente ação anti-inflamatória, antioxidante e neuroprotetora (Calderaro A et al., 2022; Moussa C et al., 2017).
✅ Fosfatidilserina: Suporte à função cognitiva (Rueda-Carrasco J et al., 2023).
✅ Fosfatidilcolina: Importante como a fosfatidilserina, principalmente se houver variação genética do gene PEMT (Patrick RP, 2019).
✅ Colina: Também pode ser indicada para o metabolismo lipídico e saúde cerebral (Pan Y et al., 2020).
Novos produtos, novas tecnologias:
Existe no mercado um fitoativo obtido dos talos de Asparagus officinalis, padronizado em asparaprolinas — pequenas moléculas bioativas com ação adaptogênica e neuroprotetora. Este composto tem se destacado por favorecer a resistência ao estresse, melhorar a capacidade de concentração, foco e tomada de decisão, além de reduzir a fadiga mental. Seu mecanismo de ação inovador envolve o aumento da expressão das proteínas de choque térmico (HSP70), que atuam na proteção e reparação de proteínas neuronais danificadas pelo estresse oxidativo.
O ativo pode ser utilizado isoladamente ou integrado a formulações sinérgicas com extratos vegetais e nutrientes voltados à redução da neuroinflamação, melhora da função mitocondrial e estímulo à neurogênese.
Além de favorecer a proteção em portadores da variante ε4 do gene APOE, também pode exercer efeitos positivos sobre genes como BDNF e NRF2, promovendo: menor deposição de beta-amiloide; redução da neuroinflamação; melhora da limpeza cerebral (glicofluxo e autofagia); menor dano oxidativo mitocondrial.
3. Estilo de Vida
Aprimore seu estilo de vida: veja como favorecer a expressão saudável do gene NR3C1
O estilo de vida não difere quando falamos em prevenção e todos os fatores estão relacionados entre si. Por exemplo, a atividade física favorece o sono e o sono de qualidade favorece a atividade física. O gerenciamento do estresse favorece a atividade física regular (dando mais disposição), assim como ajuda a dormir melhor. Pessoas estressadas, com aumento do cortisol, tendem a ter dificuldade para dormir, mesmo se estiverem muito cansadas. Por outro lado, o tabagismo e o excesso de bebidas alcoólicas tendem a prejudicar a saúde como um todo.
Portanto, cada um deve desenvolver o seu próprio “Caminho Sagrado”. Aqui nos referimos à beleza vibracional, quando atuamos para curar a nós mesmos, exercendo nossos dons e habilidades. Este caminho, mais do que ser colocado em palavras, é sentido.
Sentimos que estamos no caminho certo. Sentimos que estamos dando o melhor de nós mesmos. Sentimos a resposta do sistema de recompensa do cérebro, aprovando nossas escolhas e estimulando-nos a seguir o nosso caminho sagrado.
Curiosidades
✅ O APOE ε4 é considerado o principal fator genético de risco para o desenvolvimento de doença de Alzheimer (Raulin AC et al., 2022), mas não é determinístico.
Estima-se que 50% a 70% dos portadores nunca desenvolvam a doença.
O mais interessante aqui é que o estilo de vida saudável e intervenções precoces podem modular expressivamente o risco.
Em outras palavras, a expressão equilibrada do gene APOE depende de fatores epigenéticos e ambientais, como dieta, atividade física, sono e regulação emocional, que modulam a função das apolipoproteínas no transporte e reciclagem do colesterol cerebral.
✅ GeneFood Connected Universe
APOE é o “maestro” do tráfego de lipídios no cérebro. Vamos dividir os genes ligados ao APOE em 3 grupos:
1. Aqueles relacionados ao metabolismo lipídico:
APOA1 / ABCA1 / ABCG1 → efluxo de colesterol, formação de HDL (no cérebro: HDL-like das astroglias).
LDLR → captação de partículas apoB/apoE-positivas (LDL/IDL/VLDL)
LPL / CETP → remodelagem de lipoproteínas e entrega de ácidos graxos.
NR1H3 (LXRα) / SREBF2 → regência da expressão de genes de colesterol.
2. Aqueles que podem ser considerados moduladores da expressão do APOE:
BDNF → plasticidade sináptica/aprendizado (protege contra impacto de ε4).
COMT, HTR2A → modulação dopaminérgica/serotoninérgica (cognição, humor).
CLOCK → ritmos circadianos que regulam metabolismo lipídico e limpeza cerebral (sistema glicolinfático).
ADIPOQ, SLC2A2 → eixo metabólico–insulina–energia (sensível ao risco de ε4).
FUT2 → microbiota/barreira intestinal (eixo intestino-cérebro; papel indireto, mas importante, influenciando o metabolismo da vitamina B12).
PEMT → fosfatidilcolina (membrana/sinalização; muito pertinente ao transporte lipídico cerebral).
MTHFR, TCN2, CBS → um carbono / metilação (homocisteína e fosfolípides de membrana; influenciam risco vascular-cognitivo).
3. Aqueles que conectam lipídios, sinapses, mielina e neuroinflamação:
CLU (ApoJ), TREM2, PICALM, BIN1 (opcionais, mas fortíssimos para microglia/clearance sináptico)
ELOVL2 → alonga PUFAs (DHA) cruciais à sinapse.
MYRF → mielinização/oligodendrócitos.
NQO1, SOD2 → defesa oxidativa mitocondrial.
IL6, TNF-α → neuroinflamação (microglia/astroglia).
Aviso
As informações a seguir têm finalidade educacional e não substituem avaliação clínica individualizada. Para decisões médicas específicas, procure um profissional habilitado.
Referências
Calderaro A, Patanè GT, Tellone E, Barreca D, Ficarra S, Misiti F, Laganà G. The Neuroprotective Potentiality of Flavonoids on Alzheimer’s Disease. Int J Mol Sci. 2022 Nov 27;23(23):14835. doi: 10.3390/ijms232314835.
Dorey E, Bamji-Mirza M, Najem D, Li Y, Liu H, Callaghan D, Walker D, Lue LF, Stanimirovic D, Zhang W. Apolipoprotein E Isoforms Differentially Regulate Alzheimer’s Disease and Amyloid-β-Induced Inflammatory Response in vivo and in vitro. J Alzheimers Dis. 2017;57(4):1265-1279. doi: 10.3233/JAD-160133.
Khalil YA, Rabès JP, Boileau C, Varret M. APOE gene variants in primary dyslipidemia. Atherosclerosis. 2021 Jul;328:11-22. doi: 10.1016/j.atherosclerosis.2021.05.007.
Martens YA, Zhao N, Liu CC, Kanekiyo T, Yang AJ, Goate AM, Holtzman DM, Bu G. ApoE Cascade Hypothesis in the pathogenesis of Alzheimer’s disease and related dementias. Neuron. 2022 Apr 20;110(8):1304-1317. doi: 10.1016/j.neuron.2022.03.004.
Moussa C, Hebron M, Huang X, Ahn J, Rissman RA, Aisen PS, Turner RS. Resveratrol regulates neuro-inflammation and induces adaptive immunity in Alzheimer’s disease. J Neuroinflammation. 2017 Jan 3;14(1):1. doi: 10.1186/s12974-016-0779-0.
Noguchi-Shinohara M, Abe C, Yuki-Nozaki S, Dohmoto C, Mori A, Hayashi K, Shibata S, Ikeda Y, Sakai K, Iwasa K, Yokogawa M, Ishimiya M, Nakamura H, Yokoji H, Komai K, Nakamura H, Yamada M. Higher Blood Vitamin C Levels are Associated with Reduction of Apolipoprotein E E4-related Risks of Cognitive Decline in Women: The Nakajima Study. J Alzheimers Dis. 2018;63(4):1289-1297. doi: 10.3233/JAD-170971.
Pan Y, Wallace TC, Karosas T, Bennett DA, Agarwal P, Chung M. Association of Egg Intake With Alzheimer’s Dementia Risk in Older Adults: The Rush Memory and Aging Project. J Nutr. 2024 Jul;154(7):2236-2243. doi: 10.1016/j.tjnut.2024.05.012.
Patrick RP. Role of phosphatidylcholine-DHA in preventing APOE4-associated Alzheimer’s disease. FASEB J. 2019 Feb;33(2):1554-1564. doi: 10.1096/fj.201801412R.
Raulin AC, Doss SV, Trottier ZA, Ikezu TC, Bu G, Liu CC. ApoE in Alzheimer’s disease: pathophysiology and therapeutic strategies. Mol Neurodegener. 2022 Nov 8;17(1):72. doi: 10.1186/s13024-022-00574-4.
Román GC, Jackson RE, Gadhia R, Román AN, Reis J. Mediterranean diet: The role of long-chain ω-3 fatty acids in fish; polyphenols in fruits, vegetables, cereals, coffee, tea, cacao and wine; probiotics and vitamins in prevention of stroke, age-related cognitive decline, and Alzheimer disease. Rev Neurol (Paris). 2019 Dec;175(10):724-741. doi: 10.1016/j.neurol.2019.08.005.
Rueda-Carrasco J, Sokolova D, Lee SE, Childs T, Jurčáková N, Crowley G, De Schepper S, Ge JZ, Lachica JI, Toomey CE, Freeman OJ, Hardy J, Barnes SJ, Lashley T, Stevens B, Chang S, Hong S. Microglia-synapse engulfment via PtdSer-TREM2 ameliorates neuronal hyperactivity in Alzheimer’s disease models. EMBO J. 2023 Oct 4;42(19):e113246. doi: 10.15252/embj.2022113246.
Shahidi F, Ambigaipalan P. Omega-3 Polyunsaturated Fatty Acids and Their Health Benefits. Annu Rev Food Sci Technol. 2018 Mar 25;9:345-381. doi: 10.1146/annurev-food-111317-095850.
Shenk JC, Liu J, Fischbach K, Xu K, Puchowicz M, Obrenovich ME, Gasimov E, Alvarez LM, Ames BN, Lamanna JC, Aliev G. The effect of acetyl-L-carnitine and R-alpha-lipoic acid treatment in ApoE4 mouse as a model of human Alzheimer’s disease. J Neurol Sci. 2009 Aug 15;283(1-2):199-206. doi: 10.1016/j.jns.2009.03.002.
Shibata A, Kobayashi T, Asai A, Eitsuka T, Oikawa S, Miyazawa T, Nakagawa K. High purity tocotrienols attenuate atherosclerotic lesion formation in apoE-KO mice. J Nutr Biochem. 2017 Oct;48:44-50. doi: 10.1016/j.jnutbio.2017.06.009.
Tang F, Lu M, Zhang S, Mei M, Wang T, Liu P, Wang H. Vitamin E conditionally inhibits atherosclerosis in ApoE knockout mice by anti-oxidation and regulation of vasculature gene expressions. Lipids. 2014 Dec;49(12):1215-23. doi: 10.1007/s11745-014-3962-z.
Wang X, Xin Z, Li X, Wu K, Wang W, Guo L, Wang L, Mo X, Liu X, Guo Z, Wang J, Lu C. Mediterranean diet and dementia: MRI marker evidence from meta-analysis. Eur J Med Res. 2025 Jan 16;30(1):32. doi: 10.1186/s40001-025-02276-1.
Wear D, Vegh C, Sandhu JK, Sikorska M, Cohen J, Pandey S. Ubisol-Q10, a Nanomicellar and Water-Dispersible Formulation of Coenzyme-Q10 as a Potential Treatment for Alzheimer’s and Parkinson’s Disease. Antioxidants (Basel). 2021 May 11;10(5):764. doi: 10.3390/antiox10050764.